Ana
A sala inteira tremia a cada trovão.
Eu já tinha andado uns cinco quilômetros dentro daquela casa, só de tanto ir e voltar entre o sofá e a janela. A cada raio, eu pulava igual uma criança vendo filme de terror.
Lex ainda não tinha chegado, e o barulho da chuva estava cada vez mais forte, batendo nas janelas como se o mundo lá fora estivesse desabando.
—Ele disse que já estava vindo… já deve estar quase aqui…ele já vai chegar! ele já vai chegar!
Repeti isso umas vinte vezes, mas a cada minuto que passava, mais eu duvidava.
Me aproximei da janela e vi um clarão enorme no céu, seguido de um estrondo que pareceu cair bem em cima da casa.
Meu coração quase saiu pela boca. O chão tremeu, o corpo gelou — e do nada, tudo começou a girar.
A última coisa que lembro foi minha mão tentando se apoiar no sofá. Depois disso, só o barulho da chuva… bem longe.
…
Acordei deitada no chão da sala, com uma dor de cabeça latejante.
Por um segundo, não entendi onde tava. A luz da sala ainda acesa, o so