O galpão tava num silêncio tão doente que até o chão parecia segurar a respiração.
O Galo tentava manter o olhar firme, mas a testa já suava. A mão tremia perto da cintura. Ele sabia.
Só não sabia o quanto eu sabia.
Dei mais um passo pra frente. O som da bota arranhando o concreto foi como tiro seco.
Todo mundo piscou menos eu.
— “Tu lembra da operação que quase levou a Alana?” — minha voz saiu baixa.
Mas não era calma. Era faca embainhada, pronta pra cortar.
O Galo congelou. Tentou desviar o olhar, mas eu fui atrás com os meus.
— “Lembra, né? Aquela que entrou sem aviso. Sem rádio oficial. Sem reforço. Sem lógica.”
Parei na frente dele, agora a centímetros.
— “Segundo o Diguinho, só DOIS sabiam da movimentação: tu… e ele.”
O Galo engoliu seco. A boca abriu um pouco. Mas eu continuei.
— “E segundo tu MESMO… tu pegou uma transmissão, né?”
Fingi pensar.
— “Engraçado… porque o rádio da Força Tática só libera acesso se alguém passar o código. E pra ter esse código, ou tu tra