O lançamento de Sombras e Salmos foi um divisor de águas.

Não apenas pelo impacto nas livrarias, nas redes e na mídia — mas internamente, dentro da própria Constela. Pela primeira vez, a equipe estava sendo convidada para palestras em universidades, mesas de debates e eventos inter-religiosos. Aurora passou a ser tratada como referência, e a marca da editora virou sinônimo de coragem.

Mas sucesso também chama atenção — inclusive dos que não entendem (ou não se importam) com a essência por trás dele.

Na manhã de terça-feira, enquanto revisava um novo original sobre luto e adoção tardia, Aurora recebeu uma ligação de um número desconhecido.

— Aurora Almeida ? — disse uma voz masculina, firme, com sotaque leve.

— Sim. Quem fala?

— Aqui é Rafael Trancoso, diretor de aquisições da Grupo Livra, holding editorial com atuação em oito países.

Gostaríamos de marcar uma reunião presencial com você para discutir uma proposta de investimento.

Aurora franziu o cenho.

— Investimento?

— A Constela cr