As primeiras resenhas internacionais de O que Resta começaram a surgir em blogs literários franceses, espanhóis e canadenses. Ninguém na Constela sabia exatamente como o livro havia cruzado fronteiras tão rápido — talvez fosse o poder silencioso das histórias que falam de amor que nunca se desfaz.
Aurora lia uma crítica traduzida no celular, sentada à beira da janela da editora, quando Mariana entrou empolgada.
— Aurora... a gente precisa conversar.
— Bom ou ruim? — ela perguntou, meio rindo, meio temendo.
— Bom. Inacreditável, na verdade.
Mariana entregou o tablet com um e-mail aberto. Era de uma agente literária de Lyon.
Bonjour,
O manuscrito “Ce qui reste” chamou atenção por aqui. Temos leitores franceses e suíços interessados em uma edição bilíngue. Uma possível turnê de divulgação. E... um convite para o Salon du Livre de Paris.
Estamos impressionados com a delicadeza editorial da Constela. O livro é um tesouro sensível.
Esperamos que aceitem conversar.
Avec respect,
Claire Desch