O sol mal havia começado a despontar no horizonte quando Camila abriu os olhos, ainda sentindo o peso da noite anterior sobre seus ombros. A ligação de Rodrigo havia quebrado uma barreira invisível que ela tentava manter erguida — a de acreditar que seu passado poderia ficar enterrado para sempre.
Mas não poderia.
Leonardo dormia ao seu lado, com o rosto calmo e a respiração profunda, alheio ao turbilhão que se formava em sua mente. Ela observou cada traço, cada linha de tensão que teimava em desaparecer com o sono. Aquela paz fugaz parecia um refúgio temporário, um oásis antes da próxima tempestade.
Levantou-se com cuidado para não acordá-lo e foi até a janela. A cidade de Paris ainda dormia, mas a promessa do dia já lhe trazia uma leve esperança. Fez um esforço para deixar a angústia de lado, embora o nome Rodrigo queimasse em sua mente.
Sabia que ele não viria com boas intenções.
No café da manhã, Leonardo despertou, encontrando Camila em silêncio, um pouco distante.
— Pensando no