26. O JOGO COMEÇA
O céu ainda mal clareava quando Deise sentiu seu corpo ser sacudido de maneira abrupta. Confusa, os olhos pesados de sono, demorou um segundo para compreender onde estava. A realidade veio como um tapa frio quando viu Lucas em pé ao lado da cama, com o semblante fechado e impaciente.
— Vamos, levante-se. — disse ele com a voz seca. — Meu pai quer falar com você.
Deise ainda bocejava, tentando entender o que estava acontecendo, mas aceitou o celular que ele estendia em sua direção. Com a voz arrastada pelo cansaço, atendeu:
— Bom dia, senhor Roberto...
Do outro lado da linha, a voz inconfundível de Roberto Duarte soou com sua habitual cordialidade calculada — suave demais para ser sincera:
— Bom dia, Deise. Espero que tenha dormido bem, porque hoje é um grande dia para todos nós.
Ela franziu a testa, já desconfiada. A última vez que Roberto prometera algo, ela terminara com uma aliança forçada no dedo e uma vida aprisionada.
— Estou ciente de que está aborrecida comigo. E com razão, ta