Diana sempre foi obcecada pelo seu chefe Ethan Alencar. Cansada de não ser correspondida, ela decide aceitar o convite da sua melhor amiga e vai até uma casa de dominação, onde vive a melhor noite de se*xo da sua vida,completamente vendada.O que Diana não esperava, é que a pessoa que proporcionou a melhor noite da sua vida. Fosse ninguém menos que ele: Ethan Alencar
Ler maisDiana
Se existisse terapia pra gente viciada em chefe, eu seria a primeira da fila. Não que eu fosse apenas "atraída" por Ethan Alencar. Não. Eu era completamente obcecada. Daquelas que acordam no meio da madrugada suando, depois de sonhar que estavam de joelhos na sala de reuniões, pedindo... bom, nem precisa detalhar, né?
Trabalhava pra ele há três anos. Três anos sendo torturada todo santo dia. Três anos de olhares gelados que, pra qualquer outra pessoa, seriam só grosseria. Pra mim? Pornografia mental.
Era patético, eu sabia. Mas meu cérebro era um safado traidor. Bastava ele aparecer na minha frente com aquela gravata impecável, a barba cerrada, a mão grande segurando um mísero café... pronto. Meu juízo derretia mais rápido que manteiga no sol.
Não tinha um dia que eu não fizesse uma besteira no trabalho porque Ethan simplesmente existia. Documentos trocados, e-mails enviados pra pessoa errada... A última foi chamar ele de "Senhor Delícia" sem querer, no meio de uma reunião. Sim. Senhor Delícia. Ao vivo, com plateia.
E o pior? Ele nem piscou. Só me olhou com aquela cara de quem sabe que poderia me destruir — e eu agradeceria sorrindo.
Agora, me diz: como é que eu ia ter uma vida normal desse jeito?
— Você tá muito fudida, sabia? — Carol jogou essa na minha cara enquanto enchia o copo de café na copa da empresa. Ela era minha amiga e colega de trabalho, mas a gente parecia de planetas diferentes.
Carol era livre. Solta. Vivia a vida como se fosse uma eterna sexta-feira à noite. Eu? A virgem emocional, presa num crush de chefe, me alimentando de migalhas de atenção.
— Nem fudida, nem salva — retruquei, rindo sem graça. — Tô... sobrevivendo.
Carol me olhou como quem vê um bicho em extinção.
— Você precisa viver, mulher! — Ela baixou o tom de voz, como se fosse contar um segredo do universo. — Inclusive... descobri um lugar que ia ser a sua cara.
Arqueei a sobrancelha, desconfiada. Coisa boa vindo da Carol era tipo dizer que vodca é suco detox.
— Que lugar?
Ela se aproximou, toda conspiradora:
— Uma casa de dominação.
Quase cuspi o café na cara dela.
— Você tá me zoando.
— Tô falando sério, princesa da repressão! — Carol deu risada. — Lá você pode explorar todos esses desejos mal resolvidos. De forma segura, com gente profissional. Sem ficar sonhando com chefe inalcançável.
Fiquei em silêncio, meu cérebro já girando igual peão. Casa de dominação... Homens dominantes de verdade... Toques proibidos... Ordens sussurradas no ouvido...
Cacete. Eu nem deveria estar excitada só de pensar. Mas adivinha?
Carol deslizou o celular pra mim e mostrou o site da tal casa. Só o layout já me deixou suando. Fotos discretas, iluminação baixa, gente de máscara, mulheres vendadas, corpos colados em posições indecentes...
— Olha essa descrição — ela leu: — "Entregue-se sem amarras. Redescubra quem você é através da rendição."
Minha garganta secou. Cada palavra parecia escrita pra mim.
Nos meus sonhos mais molhados, Ethan era sempre esse homem. O que me mandava ajoelhar, que me prendia pelos pulsos, que fazia eu esquecer meu próprio nome. Eu acordava encharcada, irritada, faminta por algo que nunca tive coragem de buscar.
E agora, de repente, isso estava ao meu alcance.
— Não sei, Carol... — murmurava, mesmo já me imaginando atravessando aquela porta.
— Você sabe sim. Só tá com medo de ser feliz — ela rebateu, rindo.
Fiquei encarando a tela do celular como se aquilo fosse uma maldita isca e eu, um peixe burro.
Uma casa de dominação. Um lugar onde eu podia, pela primeira vez na vida, parar de fingir que não era feita de carne, de vontade, de necessidade.
Merda. Eu queria.
Queria muito.
Mas junto com a excitação veio aquele velho amigo: medo.
Medo de ser julgada. De me expor. De perder o controle — coisa que, na teoria, eu nunca nem tive, mas fingia muito bem.
— E se eu for e surtar? — perguntei, sussurrando. — E se eu não sou capaz?
Carol me olhou como se eu tivesse perguntado se o céu é azul.
— Capaz de quê, Diana? De querer sentir prazer? De admitir que tem desejos? Ah, me poupa, né.
Cruzei os braços, mordendo o lábio. Toda aquela minha fachada de secretária séria parecia um papel molhado prestes a rasgar.
A verdade, nua e crua, era que eu nunca tinha tido um relacionamento de verdade. Nunca deixei ninguém chegar perto de verdade. E, no fundo, talvez eu estivesse morrendo de vontade que alguém me tomasse, me guiasse, me fizesse perder a cabeça sem culpa.
Não era sobre sexo. Era sobre entrega. Sobre, pela primeira vez, confiar em alguém pra me segurar quando eu despencasse.
E de repente, o peso disso tudo quase me sufocou.
Respirei fundo, fechando os olhos.
Eu podia continuar vivendo na minha bolha de frustração eterna, sonhando com um chefe que provavelmente nem sabia meu segundo nome.
Ou podia arriscar. Podia me dar uma chance.
Quando abri os olhos, encarei Carol com uma coragem que eu nem sabia que existia em mim.
— Me passa o endereço.
O sorriso que ela abriu foi tão sacana que eu quase me arrependi.
— Ah, garota... você não sabe a delícia que te espera.
Nem eu sabia. Mas uma coisa era certa: essa noite ia mudar tudo.
E Ethan Alencar... ah, Ethan... ele ainda era o meu maior objeto de desejo. Mas talvez, depois dessa noite, eu parasse de só sonhar com ele.
Ou, quem sabe... passasse a sonhar ainda mais sujo.
DianaFaziam sete dias desde o momento em que eu tinha aberto os olhos no hospital.Minha mãe já tinha ido me ver, Carol também, e até toda a família do Ethan tinha passado por lá. Eu lembrava do rosto preocupado de cada um, dos abraços demorados, dos gestos de carinho que tentavam, de alguma forma, me reconstruir por dentro. E, de certa forma, eu ficara feliz em receber tanto afeto… mas a verdade é que, por dentro, eu ainda me sentia quebrada.Não importava quantas mãos me segurassem, o peso que eu carregava continuava preso no meu peito. Eu me culpava por ter perdido o bebê. Para mim, era minha culpa. Talvez fosse o preço do que eu tinha feito no passado, um carma, uma punição inevitável. Era impossível afastar esse pensamento.Enquanto encarava o teto branco, sentindo o silêncio pesar sobre mim, uma lágrima escapou pelo canto do meu olho. Eu nem tentei limpar. Estava cansada demais até para isso.Foi quando ouvi passos se aproximando. Ethan entrou no quarto, com aquele jeito determ
EthanEu não conseguia ficar parado. Andava de um lado para o outro no corredor frio do hospital, sentindo o peso de cada segundo que passava. A cada passo, o som dos meus sapatos ecoava pelo chão, e aquilo só deixava meu peito mais apertado. Eu esfreguei as mãos no rosto, tentando me forçar a respirar direito, mas o ar parecia preso no meio do caminho.Olhei para a porta fechada e engoli seco. A minha mente não parava de criar cenários que eu queria desesperadamente apagar. Eu já tinha visto pacientes acordarem de um coma e não serem mais os mesmos. Alguns não lembravam de nada. Outros… nunca mais voltaram a falar ou andar. E, por mais que eu tentasse afastar esses pensamentos, eles me agarravam como garras invisíveis.Fechei os olhos por um momento e sussurrei, quase sem voz:— Por favor, Deus… — engoli em seco. — Por favor, deixa ela bem.Eu não era o tipo de homem que pedia ajuda para algo que não podia controlar. Sempre fui o cara que resolvia tudo com as próprias mãos, que manti
EthanEu estava sentado naquela poltrona desconfortável ao lado da cama dela. Nem sei se podia chamar de poltrona… era mais um pedaço de madeira estofado só pra cumprir função. Meus olhos estavam pesados, o corpo cansado, mas eu não queria sair dali. Não queria nem piscar, como se fechar os olhos por alguns segundos fosse arriscado demais. Ainda assim, em algum momento, o sono me venceu.Não sei quanto tempo passou, só sei que acordei com uma sensação estranha. Não foi barulho. Não foi ninguém me chamando. Foi… um toque. Um movimento suave na minha mão. Abri os olhos num susto e olhei imediatamente para ela. Diana.E então eu vi. A mão dela… se mexeu. Primeiro um leve espasmo, depois um movimento mais claro, como se estivesse tentando alcançar algo. Meu coração disparou.— Diana… — minha voz saiu quase num sussurro, como se eu tivesse medo de quebrar o momento.Ela mexeu de novo. Dessa vez eu tive certeza. Não era imaginação minha. Minhas mãos começaram a tremer. Apertei o botão para
DianaA água era tão clara que eu podia ver até as pedrinhas no fundo. Pequenas, coloridas, brilhando como se alguém tivesse polido uma por uma. Eu estava ali, boiando num lago cristalino. O sol brilhava alto no céu, mas eu não sentia calor. Era uma paz estranha, como se o tempo tivesse parado. Nenhum som, nenhum vento, só eu e aquele silêncio imenso.Só que eu sabia que aquilo não era real.No fundo do meu peito, havia um peso. Um aperto. Algo fora do lugar.Tentei olhar em volta. A paisagem era linda demais pra ser verdade. Flores gigantes nas margens, o céu com uma cor impossível, e um cheiro de infância, de colo, de casa. Mas mesmo assim... algo me incomodava. Algo estava errado. E era como se meu corpo inteiro soubesse, mas minha mente ainda não tivesse alcançado.Foi aí que ouvi. Um som suave, longe. Fraco.Choro de bebê.Minha pele arrepiou na hora. Eu conhecia aquele som. Era como se meu coração tivesse reconhecido antes mesmo da minha cabeça entender. O choro ficou mais forte
MerediteParis estava exatamente como eu lembrava: elegante, viva, cheia de possibilidades. O sol da tarde banhava os prédios antigos com uma luz dourada, enquanto eu caminhava calmamente pelas ruas de Saint-Germain com um sorriso leve nos lábios e um vinho caro na mão. O vento fresco tocava meu rosto, bagunçando de leve meu cabelo recém-escovado, e por um segundo… tudo parecia perfeito.Eu estava ali, viva, livre e no controle. O gosto do Pinot Noir descia suave pela minha garganta, misturado com a doçura da minha vitória. Diana estava em coma. Uma pena, claro… tão jovem, tão bonita. Mas azar o dela por ter cruzado o meu caminho. Ela não sabia com quem estava mexendo. E agora… agora ela pagava o preço.Pousei a taça na mesa e estiquei a mão para um pedacinho de foie gras servido em torradas delicadas. A textura macia e o sabor forte tomaram minha boca, e meu corpo inteiro se encheu daquela sensação de prazer agridoce. Paris sempre foi um bom lugar para celebrar. E eu tinha muitos mot
Acordei com o cheiro de café invadindo o apartamento. A luz suave da manhã atravessava as cortinas da sala, dançando no chão de madeira com delicadeza. O aroma era tão real que meu corpo inteiro respondeu. Meus músculos, que há dias estavam tensos, finalmente relaxaram. Pela primeira vez, em dias, senti meu peito se abrir em alívio.Virei o rosto na direção da cozinha. Ela estava lá.Diana.De costas pra mim, de cabelo preso em um coque frouxo, vestindo uma das minhas camisetas, mexendo distraidamente alguma coisa na panela. Ela cantava baixinho, uma música que eu nem consegui identificar. Tudo nela parecia leve. Viva.“Meu amor?”, minha voz saiu falha, rouca de emoção.Ela virou, sorrindo. Um sorriso calmo, lindo, daqueles que ela só dava quando tava feliz de verdade.“Oi, Ethan. Dormiu bem?”Meu coração disparou. Levantei num pulo e fui até ela, ignorando qualquer lógica, qualquer explicação. Eu só precisava tocá-la. Me certificar de que ela tava ali, de verdade. Que tudo o que tinh
Último capítulo