Certinha

Diana

Abri a porta e dei de cara com a Carol, segurando uma caixa de pizza em uma mão e uma garrafa de vinho na outra, com aquele sorrisinho debochado de sempre.

— Trouxe suprimentos pra sua crise existencial — ela disse, entrando sem cerimônia.

— Nem tô em crise — falei, fechando a porta atrás dela.

— Aham, claro. Por isso que você abriu a porta com uma toalha enrolada no corpo e a cara de quem brigou com o espelho — ela jogou a pizza na mesa da cozinha e começou a procurar uma taça.

Me vesti rapidinho e logo estávamos sentadas, dividindo uma pizza de calabresa e enchendo as taças de vinho até quase transbordar. A Carol me olhava com aquele jeitinho dela que parecia um raio-x da alma.

— Tá tudo bem mesmo, Di?

Mordi a borda da pizza, hesitei um segundo e soltei:

— Você acha que eu sou certinha?

Ela deu uma risadinha e encolheu os ombros.

— Você é. Mas isso não é ruim, amiga.

— Mas por que todo mundo fala como se fosse? — retruquei, meio irritada, meio confusa. — Tipo, "ah, você é cert
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