POV NATHALIA
Ela entendeu do jeito que só uma mãe ardilosa entende. Não perguntou onde eu estava com a pulseira, nem por que eu não a tinha agora. Já montava o teatro na cabeça.
— Eu falo com a segurança — garantiu, natural. — Discretamente.
— Discretamente — repeti, e ela já se afastava.
Em minutos, vi dois seguranças conversando com o supervisor dos garçons. Nada escandaloso: movimentos pequenos, mãos indicando uma “checagem de rotina” nas bolsas, por conta do “público especial” daquela noite. Um protocolo qualquer, desses que já existem para esse tipo de festa. Eu não precisei empurrar nada além disso. O resto, o mundo faria sozinho — com a crueldade que ele costuma ter com quem serve a taça e não a bebe.
Gustavo reapareceu do outro lado, distribuindo xícaras de café, a camisa agora com uma mancha escura de molho no peito. O rosto firme. A boca uma linha. Eu queria correr até ele e dizer: eu te amo, eu tô fazendo isso por nós, pe