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POV JOSÉ EDUARDO

O silêncio na fazenda era sufocante.

O corpo do meu pai havia sido levado em segredo para o necrotério, como Gaspar sugerira. E eu odiava admitir, mas ele estava certo: um velório agora chamaria atenção demais.

Só que nada preenchia o buraco que crescia no meu peito.

Meu pai morto. Catarina sumida. Meu filho em risco.

Gaspar estava ao meu lado, com uma pasta na mão.

— Senhor, já confirmei. O IP que hackeou as câmeras saiu da faculdade de tecnologia no centro.

— Então é lá que a gente vai. — eu disse sem pensar.

Gaspar respirou fundo.

— Mas precisamos de cautela. Quem fez isso não agiu sozinho. E eu desconfio que houve ajuda dentro da fazenda.

Meus dentes rangeram.

— Se eu descobrir que algum empregado ajudou… eu mesmo acabo com a vida do traidor.

Olhei para a janela. A noite estava caindo, e com ela, a minha paciência.

Eu não queria apenas respostas.

Eu queria sangue.

POV CATARINA

O cloroformio tinha queimado minha garganta. Quando a
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