refrão ainda vibrava no ar quando Júlia deu o passo para trás, aquele pequeno afastamento que não dizia “não”, mas não dizia “sim” também. Era apenas um gesto carregado de medo e dúvida, um instante de hesitação entre o que ela sentia e o que acreditava ser o certo.
Mas antes que essa distância pudesse se tornar permanente, antes que o espaço entre eles se transformasse de novo em anos, oceanos e silêncios, Guilherme se moveu.
Não foi impulso. Não foi descontrole. Foi decisão.
Um passo firme. Um puxar lento, porém inevitável. A mão dele encontrou a cintura dela como quem encontra um lugar que nunca deixou de conhecer.
Júlia inspirou, surpreendida. O mundo ao redor — luzes, pessoas, palco, música, vozes — tudo se tornou um borrão indistinto. Como se alguém tivesse baixado o volume do universo e deixado só o coração dela batendo forte contra o peito.
Guilherme a puxou para si e, por um momento que pareceu durar uma vida inteira, eles apenas se olharam.
Ele estava tão perto que ela cons