De amante a Rainha

Capítulo 18 — O Leilão

O Palacio de las Dueñas tinha aquele brilho que a noite empresta às coisas antigas. Fachos de luz subiam pelas paredes alaranjadas, como se quisessem acender a história do palácio por dentro. No pátio, mesas altas com taças que cantavam baixo, risos contidos, perfume caro, colunas mouras recortando sombras. Um quarteto de cordas afinava um violino com a delicadeza de quem pisa em neve.

No convite, letras elegantes: Leilão de Beneficência — Em parceria com a Fundación Santa Clara. Embaixo, discretamente, a lista de lotes. Pinturas, pratas, um relicário, um retrato anônimo “de escola ibérica”, séculos de vaidade à venda por uma noite.

Cheguei cedo. O casaco parecia mais apertado do que na loja, o caderno sem nome pulsava como segredo ainda quente no meu peito. Reconheci dois rostos do baile da Primavera. Eles me reconheceram de volta com aquele olhar de quem deve alguma coisa a alguém que não está na sala. Não cumprimentei. Fui ao catálogo exposto numa mesa: Lote
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