CAPÍTULO 56 — AS TRAMAS DO VENTO
O vento não mente.
O vento não inventa.
O vento apenas revela.
Depois da noite em que despertou entre mundos — metade memória, metade eternidade — Helena sentiu o ar se mover de forma diferente.
Não era apenas o vento do leste soprando nas cortinas do tempo.
Era um chamado.
Ela abriu os olhos lentamente, sentindo o corpo ainda dividido entre eras.
Ali, onde se encontrava, nada tinha forma fixa.
O espaço parecia feito de névoa, luz e lembranças.
Como se estivesse em um corredor entre vidas.
Sua respiração saiu calma, profunda, carregada de um conhecimento que não se explica — apenas se aceita.
Ela tocou o rubi no peito.
Ele vibrou.
— Você novamente… — sussurrou ela.
Mas não estava falando com o rubi.
Estava falando com o vento.
Porque ele, o vento, era o único mensageiro capaz de atravessar séculos sem perder a essência.
E naquele dia, ele trazia algo diferente: movimento.
Um destino recém-acordado.
Helena caminhou pelo lugar onde o tempo se dobra.
A ca