Os dias seguintes à briga foram estranhamente silenciosos — não o silêncio confortável que às vezes existia entre ela e Apollo, mas aquele tipo de silêncio que machuca. Que ecoa. Que grita mais do que qualquer palavra dita em voz alta.
Laura se trancou em casa no primeiro dia. Tentou se distrair com filmes, livros, playlists antigas. Mas tudo parecia atravessado por uma sombra persistente: a imagem de Apollo, ferido e confuso, dizendo que a amava depois de machucá-la com mentiras. As lembranças vinham em ondas — ora suaves e carregadas de nostalgia, ora intensas e violentas, como se estivessem tentando afogá-la.
Ela se perguntava, repetidamente, por que ele escolhera mentir. Por que era tão mais fácil para ele empurrá-la para longe do que admitir que sentia algo verdadeiro? O amor que ela esperava dele, a verdade que esperava ouvir, tinham vindo tarde demais — depois da dor, depois do ciúmes, depois da raiva.
Naquela manhã de segunda-feira, Laura se arrastou até a cozinha, ainda de pi