Era sábado. O céu estava nublado e o vento soprava gelado pelas ruas da cidade, carregando um tipo de silêncio que Laura sentia também por dentro. Desde a briga entre Apollo e Davi, os dias haviam sido marcados por distâncias — geográficas, emocionais e sentimentais.
Mas agora, pela primeira vez em muito tempo, ela queria quebrar o silêncio.
Passou a manhã inteira andando de um lado para o outro no apartamento, discutindo com a própria consciência. A raiva já não queimava como antes. A mágoa ainda estava lá, mas algo dentro dela começava a pedir respostas. E não respostas frias por mensagem, mas olhos nos olhos. Voz real. Verdade.
Ela pegou a bolsa, respirou fundo e saiu.
O caminho até a casa de Apollo parecia mais longo do que nunca. Cada passo era uma batida do coração ansioso. Cada esquina carregava lembranças, cada semáforo parecia pedir que ela voltasse. Mas ela continuou. Porque precisava entender. Porque, no fundo, apesar de tudo, ela ainda se importava.
Quando chegou à casa de