(Visão de Lua)

Nos últimos dias, o tempo parecia correr mais devagar.

Talvez fosse o repouso forçado, ou talvez fosse o coração — cansado de tanto esperar, de tanto sentir. A casa estava mais silenciosa do que o normal, mesmo com Sol sempre inventando músicas novas para cantar para a irmã que crescia dentro de mim.

Mas havia algo diferente no ar.

Algo que me inquietava.

Amber andava estranha. O olhar dela, sempre firme e doce, agora vivia distante — como se ela estivesse em outro lugar. Às vezes, pegava o celular e ficava tempo demais olhando para a tela, sem realmente ver nada. Outras vezes, sorria sem força, como quem tenta esconder a própria dor.

Eu sabia que era por causa de Alyce.

A tristeza da doença dela pairava sobre todos nós como uma nuvem cinzenta, mesmo nos dias em que o sol entrava bonito pela janela.

Mas não era só isso.

Tinha algo diferente em Amber, algo que eu não sabia nomear.

— Mamãe, olha, a mana mexeu! — Sol gritou, colocando a mãozinha na minha barriga.

O toque d