Capítulo 100 , Entre o medo e a esperança.
(Visão de Lua)
A dor vinha em ondas.
Primeiro suave, depois rasgando tudo por dentro, como se o próprio corpo tentasse se abrir para o mundo antes da hora.
O carro de Eduardo voava pelas ruas, e eu mal conseguia enxergar as luzes da cidade. As lágrimas nublavam minha visão, misturadas ao suor que descia pelo meu rosto.
— Aguenta, meu amor, aguenta... — ele dizia, apertando minha mão enquanto dirigia com a outra.
O som da voz dele era a única coisa que me prendia à realidade.
Tudo o resto parecia longe — o ar, o tempo, o medo.
— Eduardo... — murmurei entre uma contração e outra. — Está... doendo...
— Eu sei, meu bem, eu sei. Já estamos chegando.
A cada curva, o carro parecia mais rápido, e a cidade se transformava num borrão de luzes trêmulas.
Eu me concentrava em respirar, mas o ar fugia dos meus pulmões.
“Calma, Lua. Calma. Respira.”
Repetia isso na mente como um mantra, mas a dor não respeitava orações.
Quando chegamos ao hospital, a equipe já estava nos esperando — Amber havia avis