Capítulo 56 , Segurando essa bomba.
(Lua)
Na manhã seguinte, o quarto de hospital parecia mais iluminado. Eduardo estava mais disposto, conseguia até se ajeitar melhor nos travesseiros. Havia cor em seu rosto, uma cor suave, mas suficiente para acender minha esperança.
Quando a porta se abriu, Sol entrou correndo, trazendo o barulho alegre que sempre a acompanha.
— DUDU! — gritou, como se a saudade tivesse acumulado por séculos, não apenas horas.
Atrás dela, Helena surgiu, carregando uma sacola. Sol correu até a cama e, com todo cuidado que eu sempre repetia, apoiou-se na beira.
— Olha, papi! — disse, tirando de dentro da blusinha um papel dobrado. — Eu fiz um desenho pra você.
Eduardo pegou o papel com mãos ainda frágeis, mas o sorriso dele ao abrir foi tão largo que me fez encher os olhos. No desenho, um homem com capa azul, segurando uma menininha de trança no colo. No canto, um sol enorme brilhando.
— É você, Dudu! — Sol explicou, orgulhosa. — Você é meu super-herói.
Eduardo respirou fundo, como se o peito doesse de