(Lua –)

Eu sabia que deixar a Sol com Helena era a melhor escolha naquele momento. Minha filha precisava de calma, de descanso e de alguém que a distraísse com colo e brincadeiras. Ela tinha vivido um turbilhão nos últimos dias: a viagem, a preocupação, a primeira visita ao pai no hospital. E mesmo que a esperança tivesse iluminado os olhos dela depois de ver Eduardo sorrir, ainda assim era demais para uma criança tão pequena carregar.

— Você vai ficar bem, Solzinha. — falei, segurando a mãozinha dela no carro.

Ela abraçou o ursinho contra o peito e fez aquele bico que me partia o coração. — Só se a tia Helena fizer bolo de cenoura.

Sorri. — Aposto que ela vai.

— Tá… — respondeu, pensativa. — Mas amanhã eu volto pra vê o Dudu.

— Amanhã você volta, prometo. — garanti, beijando sua testa.

Quando chegamos à casa alugada em Boston, Sol entrou correndo, já animada com a possibilidade de brincar. Eu ainda ajeitava minha bolsa no ombro quando ouvi.

Vozes.

Vozes vindas da sala. Não eram risad