Capítulo 41, Não quero mais fugir dos meus sentimentos.
(Lua)
Eu ainda estava digerindo tudo que tinha acontecido naqueles últimos dias. A maneira como Eduardo se abriu, como ele finalmente se permitiu pensar em um tratamento, já era por si só uma vitória. Mas quando fomos juntos à clínica de fertilidade, eu percebi que essa caminhada não seria nada fácil.
A sala de espera tinha paredes brancas demais, frias demais. As cadeiras desconfortáveis e o ar-condicionado soprando direto na minha nuca só aumentavam a sensação de aperto no peito. Eduardo estava ao meu lado, a expressão fechada, os dedos batendo contra o apoio da cadeira de rodas num ritmo quase imperceptível. Ele parecia calmo para qualquer um que olhasse de fora, mas eu sabia que aquilo era apenas fachada.
Quando o médico, um homem de meia-idade chamado Dr. Sérgio, entrou com uma pasta nas mãos, meu coração disparou. Ele se sentou diante de nós, ajeitou os óculos e abriu os papéis com uma calma estudada.
— Senhor Duarte — começou, a voz firme. — Recebi os resultados dos seus exames