Capítulo 108, Em cada batida do meu coração.
(Visão de Amber )
As últimas semanas tinham sido um respiro depois de tanta tempestade.
O apartamento de Henry, antes silencioso, agora parecia um jardim em plena primavera. Havia risadas, o cheiro do mingau de Aveia que Sol preparava para “os bebês”, os passos calmos de Henry no corredor e o som dos aparelhos ao lado da cama de Alyce — um som que, por mais estranho que parecesse, me trazia paz.
Era o som da vida resistindo.
Eu acordava cedo e, antes mesmo de abrir os olhos, sentia o toque suave dele sobre meu rosto.
— Bom dia, mamãe dos gêmeos. — A voz rouca, ainda com sono, fazia meu coração acelerar.
— Bom dia, doutor exagerado — eu respondia, rindo.
Ele me trazia frutas cortadas, café descafeinado e um bilhete com frases curtas:
“Hoje você sorriu?”
“Promete não subir escadas?”
“Eu te amo — caso tenha esquecido.”
Era tão simples… e, ao mesmo tempo, tão grande.
Eu, que antes vivia de muros e medos, agora morava num lar feito de gestos pequenos.
Naquele fim de tarde, o céu estava pin