Capítulo 107, laços de esperança.
(Visão de Amber)
A manhã em que me mudei para o apartamento de Henry parecia carregada de um novo ar. Não era apenas o ar frio do outono em Nova York entrando pelas janelas altas, mas algo invisível — uma mistura de medo e esperança, como se a vida tivesse apertado o botão de recomeço.
Quando cheguei, ele já estava lá, me esperando na porta com aquele sorriso que eu ainda não sabia se era de médico, de pai, ou de homem que finalmente decidiu se permitir sentir.
— Bem-vinda ao seu novo lar — disse ele, pegando minhas malas como se fossem de papel.
O apartamento tinha cheiro de limpeza e serenidade. As paredes em tons de creme, o som suave de uma música instrumental vindo da cozinha e um arranjo de flores frescas sobre a mesa me fizeram sorrir. Ele havia pensado em tudo. Até no cobertor que deixara dobrado no sofá, “para o caso de você querer descansar um pouco”, disse.
As primeiras horas foram um tanto estranhas. Eu ainda me sentia uma hóspede na vida de Henry — uma convidada