O sol parecia mais generoso naquela manhã.
As crianças corriam pelos corredores recém-pintados da nova sede como se o chão soubesse dançar. Havia vida em cada parede, cores em cada centímetro, esperança brotando das janelas como flores teimosas que se recusam a morrer. E no centro de tudo, Anyellen. Com os olhos marejados e o coração cheio.
Ela caminhava lentamente pelo corredor central, os cabelos soltos, a barriga redonda avançando como quem carrega mais do que um filho — carrega um futuro.
Nas paredes, placas com nomes esculpidos à mão.
Beatriz. Lucas. Matheuzinho. Kauã. Ana Júlia. Diego. Sofia. Pedro. Isadora. Rafael.
Cada uma, uma criança que um dia chegou à ONG sem sonhos… e agora era símbolo de vitória. Dez nomes. Dez novas unidades espalhadas pelo estado. Cada uma com a missão de fazer mais do que ensinar: fazer florescer.
E foi nesse cenário de luz, esperança e renascimento que Miguel se aproximou por trás dela, em silêncio. Tocou-lhe a cintura com delicadeza, como quem toca