A entrada deles na galeria FGM não foi uma chegada, foi uma coroação. O flash das câmeras, que antes fora uma arma de intimidação, agora parecia uma saudação de honra. Dante caminhava com Helena, mas desta vez, ele não era o escudo dela; era sua moldura. O centro de toda a obra de arte era ela. Lúcia e Ricardo os seguiam, os olhos arregalados com o esplendor, e Léo, adormecido e alheio a tudo no colo do pai, era o símbolo silencioso do futuro que eles haviam construído em meio à guerra.
O salão de arte, antes um espaço de intimidação, agora parecia o quintal de Helena. Suas três esculturas dominavam o ambiente, e as pessoas, a nata da sociedade e da crítica, circulavam ao redor delas com uma reverência silenciosa. Helena podia ouvir fragmentos de conversas, sussurros de admiração. "...a tensão em 'O Contrato' é quase insuportável..." "...a força visceral de 'A Ruptura'..." "...mas a peça em mármore azul... 'Nós'... é uma obra-prima de equilíbrio e emoção..."
Ela não se sentia mais uma