O voo de volta para Salvador foi uma viagem através do silêncio. Não o silêncio tenso de antes, carregado de palavras não ditas e batalhas iminentes, mas um silêncio suave e satisfeito, o tipo de quietude que se segue a uma tempestade que finalmente limpou o ar.
Léo dormia no colo de Helena, a respiração tranquila, alheio ao fato de que seus pais haviam, na noite anterior, conquistado o mundo. Lúcia e Ricardo cochilavam em suas poltronas, exaustos pela emoção. E Dante apenas segurava a mão de Helena, os dedos entrelaçados, observando-a com uma adoração silenciosa. A guerra havia acabado. E, no rescaldo, a paz era mais bonita do que qualquer vitória.
A chegada à Bahia foi um bálsamo. O ar quente e úmido, o cheiro do mar, a luz dourada que parecia abençoar tudo o que tocava. Eles deixaram Lúcia e Ricardo em Candeias, prometendo um almoço em família no dia seguinte, e seguiram para a casa na Vitória.
Entrar na casa, que agora era inequivocamente o lar deles, foi como atracar em um porto