O dia do casamento nasceu sob um céu baiano de um azul tão claro e profundo que parecia recém-polido. O ar em Candeias estava carregado, não com a poeira de mármore, mas com o perfume de jasmim e dama-da-noite. O jardim dos fundos da oficina de Helena havia sido transformado. Não por uma equipe de decoradores caros, mas pelas mãos de sua comunidade. Lúcia e suas amigas haviam espalhado pétalas de buganvílias pelo caminho de pedra. Ricardo construíra um arco simples de madeira de jaqueira, que as vizinhas decoraram com flores silvestres. Lanternas de papel pendiam dos galhos da mangueira, prometendo uma luz suave para a noite que viria.
O ateliê, com as portas de vidro abertas, estava impecável. O chão, varrido de toda a poeira; as esculturas, "A Ruptura" e "O Contrato", posicionadas em cantos de honra, as testemunhas de pedra de sua jornada. Aquele lugar, antes cenário de desespero e de batalhas, era agora a sua catedral.
Na pequena casa de sua mãe, Helena se preparava. Lúcia a ajudav