Helena despertou para um mundo banhado em luz e silêncio. A primeira coisa que notou foi a qualidade da luz, suave e dourada, filtrando-se pelas persianas da casa na Vitória, muito diferente da luz direta e branca de sua pequena casa em Candeias. A segunda foi o peso reconfortante do braço de Dante sobre sua cintura, e a terceira, a sensação fria e sólida da aliança em seu dedo, um corpo estranho e bem-vindo.
Ela se virou lentamente em seus braços, para não o acordar. Ele dormia profundamente, o rosto livre de toda a tensão que o marcara por tanto tempo. As linhas de preocupação em sua testa pareciam mais suaves, os lábios, relaxados. Era o rosto do homem com quem se casara, despido de seu império e de suas guerras, reduzido à sua essência mais pura. O homem dela. Seu marido.
A palavra ecoou em sua mente, surreal e maravilhosa. Meu marido.
Ela traçou a linha da mandíbula dele com a ponta do dedo, e os olhos dele se abriram lentamente, focando nela com um reconhecimento sonolento que s