Helena acordou com o sol de São Paulo filtrando-se pelas cortinas da suíte do hotel. Por um momento, a luz estranha e o silêncio desconhecido a desorientaram. Então, o peso reconfortante do braço de Dante sobre sua cintura a ancorou na realidade. Ela se virou lentamente. Ele ainda dormia, o rosto finalmente livre da tensão da batalha, parecendo mais jovem e em paz.
Ela olhou para o homem ao seu lado, o arquiteto de sua dor e de sua ressurreição. A jornada que haviam percorrido era um terreno acidentado de transações, poder, desejo e, finalmente, de uma vulnerabilidade compartilhada que se transformara em amor. A mulher que acordara em pânico em sua cama em Itacaré não existia mais. Em seu lugar, estava uma mulher que conhecia seu próprio valor, um valor que não podia ser comprado ou vendido.
Silenciosamente, ela pegou o tablet ao lado da cama. A curiosidade era mais forte que ela. As notícias da manhã já estavam fervilhando com a história do baile da galeria FGM. As manchetes eram tud