Sete anos depois.
A casa na Vitória já não era mais uma tela em branco. Era uma obra de arte viva, uma crônica da vida que fora construída dentro de suas paredes de vidro. O minimalismo inicial fora suavizado pelo caos alegre da vida familiar. Almofadas coloridas estavam espalhadas pelo sofá elegante, um pequeno forte de cobertores estava montado em um canto da sala, e os desenhos infantis, orgulhosamente exibidos, competiam por espaço na parede com as gravuras de arte contemporânea.
No centro daquele universo, ficava o estúdio. O santuário de Helena, que agora tinha as portas de vidro permanentemente abertas para o resto da casa. A poeira de mármore ainda pairava no ar, mas agora se misturava com o cheiro de bolo de chocolate vindo da cozinha e o som distante de risadas infantis.
Helena estava em frente a um novo bloco de pedra, desta vez um mármore travertino de um tom quente de mel. Ela não era mais a artista que lutava contra a pedra, mas uma que dançava com ela. Seu nome era reve