A noite de sexta-feira em São Paulo era um oceano de luzes frias e indiferentes do lado de fora da janela do hotel de Dante. Ele ignorou a vista. Seus olhos estavam fixos na tela do celular, na imagem que Helena lhe enviara. O rosto de pedra, desafiador e resoluto. Não era apenas uma resposta; era um manifesto. Um grito de guerra silencioso que ele compreendeu em um nível fundamental.
Ele havia partido da Bahia deixando para trás uma artista quebrada. Mas a mulher que esculpira aquele rosto não estava quebrada. Estava se forjando em algo novo, em algo mais forte. E ele, de alguma forma, fora o catalisador e agora se tornara a testemunha.
Seu telefone tocou. Era um dos membros mais antigos do conselho de seu pai, um homem chamado Inácio, que sempre agira como um tio cauteloso.
— Dante? Seu pai está... furioso — disse Inácio, a voz baixa e preocupada. — Ele está falando em convocar uma reunião de emergência, em questionar sua competência. Dizer "não" a Arthur Alencar não é algo que se f