Os dias que se seguiram à chamada telefônica de Dante foram um exercício de agonia e esperança para Helena. O mundo, que se tornara cinzento e monótono, de repente explodiu em cores vivas. Cada som na rua, cada carro que passava, fazia seu coração dar um salto. Ela trabalhava em sua oficina com uma energia renovada, mas uma parte de sua atenção estava perpetuamente voltada para a porta, esperando.
Ela se sentia uma tola. Uma tola por acreditar, por permitir que aquela semente de esperança criasse raízes em seu coração devastado. Mas a lembrança da voz dele, a promessa de que estava voltando por ela, era mais forte que seu cinismo. Ele não estava mais jogando. Ela sentia isso em seus ossos. A guerra entre eles havia terminado, mas a paz que se seguiria era um território desconhecido e assustador.
Na quarta-feira à tarde, ela o ouviu antes de vê-lo. Não era o som de um sedan de luxo, mas o barulho mais robusto de um SUV, um Range Rover escuro que parou em frente à oficina com uma confia