A porta do sedan de luxo se fechou com um clique suave e final, o som abafado selando o destino de Helena e o fim de sua trégua com a realidade. Dante permaneceu no deck do bangalô, uma estátua de autocontrole, observando o carro preto deslizar pelo caminho de paralelepípedos e desaparecer na vegetação exuberante. Apenas quando o veículo sumiu completamente de vista, ele se permitiu soltar o ar que não percebia estar segurando.
O silêncio que desceu sobre o lugar era absoluto e esmagador.
Minutos antes, o bangalô estava cheio da presença dela: o cheiro de seu perfume misturado ao dele nos lençóis, a caneca de café que ela deixara pela metade na mesa, o roupão branco jogado sobre uma cadeira. Agora, era apenas um espaço. Luxuoso, bonito, mas oco. Vazio. A alma do lugar havia partido com ela.
Ele caminhou para dentro, a calma exterior uma fachada para a tempestade que se agitava em seu peito. Ele havia feito a coisa certa. A coisa lógica. Repetia isso para si mesmo como um mantra. Ele a