A segunda-feira amanheceu com um gigante adormecido no coração da oficina de Helena. O bloco de mármore azul de Jacobina dominava o espaço, sua presença era tão poderosa que parecia absorver a luz e o som ao redor. Era uma massa de potencial bruto, de beleza selvagem e de desafio. Helena acordou antes do sol, sentindo a energia da pedra chamando-a do outro lado da parede.
Quando Dante entrou na cozinha, já a encontrou vestida para o trabalho, o cabelo preso, os olhos brilhando com uma intensidade que ele passara a reconhecer como sua "aura de artista". Ela lhe estendeu uma caneca de café sem uma palavra, e ele a aceitou, compreendendo que a trégua do fim de semana havia acabado e uma nova fase, mais séria, havia começado.
Na oficina, Helena não se apressou. Ela começou um ritual que Dante nunca vira. Por quase uma hora, ela simplesmente andou ao redor do bloco de mármore. Ela o tocou, a palma da mão espalmada contra a superfície fria e irregular, como se estivesse sentindo a pulsação