A suíte do hotel, naquela noite, não era um lar nem um escritório. Era os bastidores de um teatro, o camarim de dois guerreiros se preparando para a batalha mais importante de suas vidas. Havia uma quietude focada no ar, a intimidade de soldados que conhecem os riscos e confiam implicitamente um no outro.
Dante, já pronto, observava Helena do outro lado do quarto. Ele usava um smoking preto feito sob medida, uma peça de roupa que era a personificação do poder e da riqueza, mas em seus olhos não havia a arrogância do CEO, apenas a admiração terna pelo que via.
Helena estava em frente ao espelho, fazendo os ajustes finais. Ela escolhera um vestido de seda de um azul profundo, a cor exata do mármore de Jacobina. O corte era simples, elegante, caindo sobre seu corpo como água, um rio de tecido que não a restringia, mas fluía com ela. Não era o vestido de uma socialite; era o de uma deusa do oceano, poderosa e serena. Em seu pescoço e pulsos, não havia diamantes. Havia suas próprias criaçõ