A semanas que se seguiram à viagem a São Paulo se assentaram em um ritmo de criação febril. A vida de Helena e Dante encontrou seu eixo, girando entre dois polos: a oficina em Candeias e a casa vazia em Salvador. Em Candeias, a arte nascia. Em Salvador, um lar estava sendo construído.
A construção do novo estúdio de Helena começou com uma velocidade que só o poder de Dante poderia comandar. Equipes de construção trabalhavam com uma eficiência silenciosa, erguendo as paredes do santuário dela. Helena passava as manhãs no local, com as plantas arquitetônicas desenroladas sobre uma mesa improvisada, discutindo detalhes com os engenheiros. Ela, que antes se sentia intimidada pelo mundo dele, agora comandava um batalhão de homens com uma autoridade calma, a autoridade de uma artista que sabe exatamente o que quer. Dante a observava à distância, orgulhoso, intervindo apenas para garantir que a visão dela fosse executada sem falhas.
As tardes eram reservadas para a pedra. No ateliê em Candei