A semana que se seguiu à primeira vitória deles foi diferente de tudo que Helena já vivera. A guerra com Arthur Alencar não era uma tempestade distante; era a nova meteorologia de suas vidas, mas dentro da oficina, eles criaram um olho de furacão, um centro de calma e propósito. Uma rotina frágil e preciosa começou a se formar, tecida com os fios de suas duas vidas tão distintas.
As manhãs começavam com o cheiro de café e o som baixo das notícias financeiras que Dante lia em seu tablet. Ele aprendeu onde as xícaras ficavam. Ela aprendeu que ele gostava de seu café sem açúcar, forte e amargo como suas negociações. Eles não falavam muito nessas primeiras horas, mas compartilhavam um silêncio que era tão íntimo quanto um beijo, a cumplicidade de dois soldados se preparando para o dia de batalha.
Depois, a oficina se transformava em seu universo duplo. Helena, com o corpo e a mente totalmente entregues à sua arte, passava horas em frente a um cavalete, o carvão voando sobre o papel. Com a