O beijo não terminou quando nossas bocas se separaram. Ele continuou ali, queimando na minha pele, o gosto dele, whisky caro e poder absoluto, manchando a minha alma. Meu corpo inteiro era um fio desencapado, vibrando com uma mistura perigosa de pânico e um desejo tão profundo que era quase uma dor. Eu estava ofegante, meus dedos ainda cravados na lapela do terno dele, e o mundo tinha se resumido àquele espaço de um metro quadrado entre nós.
"Assine."
A palavra dele me atingiu como um tapa de realidade. Puxei minhas mãos de volta como se o terno dele queimasse.
"Não", sibilei, a voz trêmula, mas cheia de uma nova fúria. A fúria de quem quase se deixou levar. "Isso não é uma resposta. Você acha que um beijo apaga todas as perguntas? Que me deixa de quatro, pronta pra assinar a porra de um contrato que me transforma na sua boneca?"
Ele não recuou. Seus olhos cinzentos faiscaram, não com raiva, mas com uma diversão sombria, quase cruel. Ele adorava isso. Adorava a minha luta.
"Não", ele