O mundo se resumia àquela caneta de ouro entre meus dedos. Pesada. Fria. A arma que eu usaria para cometer suicídio da minha própria liberdade.
Eu olhei para Peter. O rosto dele era uma máscara de controle, mas seus olhos... seus olhos eram um inferno de triunfo e desejo. Ele já tinha vencido. Ele sabia disso. Eu sabia disso. A assinatura era apenas a porra da cerimônia.
Com um movimento que pareceu levar uma eternidade, eu me inclinei sobre a mesa de vidro. A ponta da caneta tocou o papel caro. O som do meu nome sendo arrastado pela linha pontilhada foi a coisa mais alta que eu já ouvi. A-l-i-c-e V-i-t-a-l-i. Cada letra, uma facada.
E então, aconteceu. Uma única lágrima, quente e solitária, escapou do meu olho direito. Ela desceu pela minha bochecha e caiu com um pingo silencioso bem em cima da minha assinatura, borrando a tinta fresca do "A" de Alice.
Um sacrifício. A marca da minha alma se misturando à tinta do diabo.
Fechei o contrato com um baque seco e o empurrei pela mesa. "Sat