O domingo era, normalmente, seu único dia de silêncio absoluto.
Sem reuniões. Sem chamadas. Sem equipe batendo à porta com urgências disfarçadas de rotina.
Ele costumava aproveitar aquele respiro para caminhar sozinho, visitar livrarias em bairros pouco frequentados, sentar com um bom café e deixar a cabeça descansar dos ruídos da empresa.
Mas naquele domingo, mesmo antes de sair de casa, Arthur já sabia que nada o traria paz.
Desde a sexta-feira, Helena não saía de sua mente.
A maneira como ela o encarara no elevador. O jeito como cruzava os braços quando precisava se proteger. O modo como evitava tocar em qualquer coisa que ultrapassasse a linha profissional — mesmo quando os olhos dela diziam o contrário.
Arthur nunca se permitiu esse tipo de distração. Mas ali estava ele, atravessando Londres com as mãos nos bolsos e um nome fixo na mente.
Helena.
Entrou na livraria mais por hábito do que por desejo.
Mas, ao virar o corredor da seção de negócios e vê-la ali, em pé, sozinha, olhand