Capítulo 43

Por um tempo que Helena não saberia contar, ficaram apenas assim: imóveis no sofá, o corpo dela encaixado no dele, como se aquele espaço pequeno fosse o único lugar seguro no mundo.

O braço de Arthur envolvia seus ombros num abraço que não exigia nada.

Só oferecia presença.

Ela sentia o calor dele atravessar a lã do próprio suéter, um calor calmo que não pedia pressa.

O cheiro discreto do perfume dele misturado ao cheiro da rua — a chuva que ainda se agarrava ao tecido do casaco — parecia um detalhe impossível de esquecer.

Arthur manteve o rosto voltado para frente, sem buscar os olhos dela.

Mas não precisavam se olhar para saber.

Helena fechou os olhos e deixou que o corpo relaxasse de verdade pela primeira vez em semanas.

Os dedos dele se moveram de leve sobre seu braço, num carinho lento que mais parecia uma confissão silenciosa.

Por um instante, ela pensou que aquilo — apenas estar ali, no abraço dele — era tudo que vinha negando desde o primeiro dia.

Quando finalmente ergueu o ro
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