Capítulo 39

Helena segurou a taça com força, tentando não deixar transparecer o que sentia.

O espumante subia ao nariz num cheiro fresco, mas tudo que ela percebia era o perfume dele — discreto, amadeirado, impossível de ignorar.

— Eu preciso… — começou, sem ter certeza do que diria.

— Não precisa nada — interrompeu Arthur, a voz baixa demais para qualquer um ouvir. — Só fica.

O jeito como ele disse aquilo — simples, direto — fez algo dentro dela fraquejar.

O mesmo algo que vinha resistindo desde o primeiro dia.

Ela desviou o olhar, mas não se mexeu.

Arthur também não.

Por um instante, o salão inteiro pareceu distante.

— Helena — ele disse, e o nome dela na voz dele foi quase um toque. — Não vou fingir que isso não está acontecendo.

Ela respirou fundo.

— Eu sei.

O silêncio que se seguiu foi tão pesado que ela quase desejou que alguém se aproximasse.

Mas ninguém veio.

Era como se o universo inteiro conspirasse para deixá-los naquele limbo, presos entre a obrigação e o que não cabia mais dentro dos
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