Seguimos pelo corredor até o salão de jantar. Cada passo fazia meu coração acelerar; a atmosfera pesada parecia me envolver como um manto sufocante. Ao abrir a porta, percebi que Gregor estava sozinho. Sentado à mesa, impecável na postura, o olhar fixo em mim com aquela intensidade que sempre me deixava desconfortável, avaliado, exposta.
— Pensei que receberíamos um convidado hoje — arrisquei, tentando soar casual, enquanto eu sentava; mas a voz saiu trêmula, traindo meu nervosismo.
Gregor ergueu os olhos para o relógio, sem pressa, como se cada segundo fosse um teste.
— Ele está um pouco atrasado — respondeu, a voz calma, firme, carregada de autoridade.
Menos de dois minutos se passaram, mas pareceram horas. O silêncio esmagava, e eu podia sentir Ágata parada atrás de mim, observando cada reação minha com atenção afiada, quase predatória. Então, como sempre, falou com precisão cirúrgica:
— O convidado chegou, Senhor. Um dos guardas avisou, — Ele irá se juntar a nós para o jantar