Os dias se arrastaram até que, enfim, chegou a data marcada. A mansão estava tomada por um clima de expectativa — familiares, aliados e figuras poderosas da máfia italiana aguardavam o momento em silêncio respeitoso, mas cada olhar carregava intenções ocultas.
No andar superior, Rose estava diante de um espelho imponente, a luz dourada do quarto refletindo sobre o vestido de noiva. O tecido era de seda branca com delicados bordados em renda, justos na cintura e caindo em ondas pesadas até o chão. Pequenos cristais faiscavam à medida que se movia, como se cada detalhe anunciasse sua grandeza. O véu longo, quase etéreo, parecia aprisioná-la tanto quanto a tornava deslumbrante.
Dona Lúcia, ao lado dela, ajeitava o véu com as mãos firmes. A cada gesto, havia mais de estratégia do que de ternura. Ainda assim, sua voz soou doce, quase melancólica:
— Tenho certeza que sua mãe choraria ao ver você assim… tão linda.
Rose sorriu com os lábios, mas não com os olhos. Por dentro, uma tempestade se