A manhã nasceu cinzenta sobre a estrada que levava à mansão Vitale. O ar trazia ainda o cheiro da chuva da noite anterior, e, quando os carros dos DeLuca pararam no portão, havia algo de guerreiro no silêncio que desceu sobre o lugar. Homens de preto desceram dos veículos como sombras afiadas; nos rostos, a mesma pressa de quem busca um nó que precisa ser desatado com força.
Bateram à porta com violência. Valéria abriu, pálida, os olhos arregalados ao reconhecer os visitantes. A casa, que até então dissera ser lar, parecia pequena diante do peso que os homens traziam.
— O que significa isso? — exclamou ela, já exaltada. — Invadindo a minha casa a essa hora?
Martin não perdeu tempo com cortesia. Foi direto, a voz cortante:
— Onde está Antônio?
Valeria recuou, indignada e assustada ao mesmo tempo.
— Vocês estão loucos? O que querem?
Frank, com o ombro ainda enfaixado, não suportou o teatro. Empurrou a porta e entrou acompanhado dos homens mais temidos dos DeLuca. A sala estourou em ten