Você já é minha. Você e o nosso filho.
— Me solta, Rafael! — minha voz saiu firme, mas o coração parecia prestes a rasgar o peito.
— Você ainda é minha, Helena. — ele rosnou, os dedos apertando mais o meu braço, como se quisesse marcar minha pele. — Não adianta fingir. Esse seu casamento é uma farsa.
— Eu não sou sua. — cuspi, reunindo toda a coragem que restava. — E nunca mais vou ser.
A máscara dele se quebrou num segundo. O ódio queimou nos olhos que antes eu conhecia de cor.
— Vad... — ele começou, a boca tremendo de raiva.
Dei um passo para trás, mas a força dele me puxou de volta. O choque percorreu meu corpo inteiro — medo, raiva, nojo.
Foi então que ouvi o som. Pesado. Perigoso.
Passos ecoando atrás de mim.
O aperto no braço congelou, e em câmera lenta percebi: Rafael olhava além de mim, os olhos arregalando.
Virei o rosto.
Arthur estava ali.
O olhar dele… escuro, mortal, como a própria sentença de quem ousasse me tocar.
O soco veio tão rápido que nem tive tempo de respirar. Rafael foi jogado contra o capô de um