O carro avançava pela estrada, o silêncio só quebrado pelo ronco grave do motor. A mão dele permanecia firme sobre minha barriga, pesada, como se fosse um grilhão invisível. Eu queria afastá-la, queria gritar… mas meu corpo parecia traidor, preso entre o medo e a estranha sensação de segurança que aquele toque transmitia.
— Você não pode falar assim… — minha voz saiu trêmula, quase um sussurro.
Ele não tirou os olhos da estrada, mas senti a convicção em cada palavra:
— Mas é a verdade. Você e esse bebê já são meus.
Meu peito ardeu, como se cada batida do coração batesse contra grades que eu mesma não conseguia romper.
— Eu não sou sua coisa. — tentei sustentar minha coragem, ergui o queixo, mas ele virou o rosto e me fitou de lado. O olhar dele atravessou minhas defesas como lâmina.
Um sorriso lento surgiu em seus lábios, provocador.
— Não é o que parece.
Senti a respiração dele roçar minha pele, e o arrepio foi instantâneo. Raiva e algo que me recusava a nomear percorreram minha es