Acordei com uma dor na perna, duas manchas suspeitas na camisa e a sensação de que a vergonha devia vir com um manual de instruções.
Ontem, eu juro que só queria parecer interessante.
Resultado: derrubei copos, tropecei num banco, quase bati a cabeça na chopeira e ainda tentei fazer um truque de mágica que terminou com a bandeja dela no chão.
Um show.
Mas a Rainha do Bar riu.
Pouco, contido, mas riu.
E aquilo valeu cada tombo.
Passei o dia todo pensando naquela risada.
No jeito dela me olhar como quem diz “eu já vi de tudo e você ainda conseguiu me surpreender”.
E, bom, quando algo me intriga, eu não consigo deixar quieto.
Então pego o celular, apoio o cotovelo no sofá e disco o número que o Rafa “acidentalmente” me passou.
Ela atende no terceiro toque.
— Alô?
— Majestade? — digo, sorrindo.
Silêncio. Daqueles perigosos.
— Quem tá falando?
— O plebeu que quase destruiu o seu bar ontem.
— Ah, não.
— Ah, sim. O inigualável Gustavo Vasconcelos, à disposição da Rainha do Bar.
— Meu