Damian
Reuni os meus no andar mais alto do prédio onde nada escapa às paredes. Ali ninguém usa nomes de guerra, todos sabem o que são. Executivos, chefes de segurança, um advogado que trocou beca por faro. O cheiro do café tentava disfarçar o que pairava no ar: decisão.
Ronan se encostou na mesa, braços cruzados, o olhar de quem mede vento antes de atravessar a ponte.
— Vai dizer a eles por que nos chamou fora do calendário? — ele perguntou.
— Porque a cidade apertou o cerco. E porque a próxima lua exige clareza — respondi.
Eles se entreolharam. Eu ouvi o estalar de dedos, o arrumar de cadeiras, as respirações sincronizadas de quem aprendeu a parecer humano.
— Falem — autorizei.
Maya, minha estrategista, foi a primeira.
— O conselho humano quer previsibilidade. O conselho que não aparece quer algo mais: marca. Sem ela, você vira alvo de disputa.
Desviei o olhar para a janela. A cidade exalava fumaça e pressa.
— E se ela não aceitar? — Ronan soltou, direto. — Se Amara disser “não” na