Capítulo 15 - Minha Luna, Minha Loucura.
Damian
Os olhos dela se encheram de algo que não era só ternura. Era susto, era vértice.
— Eu não pedi isso.
— Eu também não. — Sorri de lado. — Mas não devolvo.
— E se eu não aguentar?
— Eu espero. Eu diminuo. Eu aprendo. — A cada verbo, senti o animal em mim aceitar o ferro. — Só não fuja sem olhar para trás.
— Você ainda não me deu o que eu pedi, — ela insistiu, firme. — A chave.
Aproximei devagar até a distância nos obedecer. Toquei o dorso da mão dela com os dedos, sem pegar.
Quis beijá-la e marcar ao mesmo tempo, escolhi não. O ouro nos olhos aceitou o cinza como quem cede lugar por amor próprio.
— Metade da chave, então, — decidi. — Há noites em que eu não sou seguro para o mundo. Nessas noites, eu fico longe. Não por vergonha, por proteção. É isso.
— Você se tranca?
— Eu me algemo.
— E quem te solta?
— O dia. Ou você.
Ela fechou os olhos um segundo, como quem testa peso.
— Eu não quero ser a pessoa que carrega tua porta nas costas.
— Não será. — Inclinei. — Só segura a maçan