Damian
Eu nunca gostei de platéia, mas às vezes um homem precisa mostrar ao mundo o que pretende proteger. O convite para o jantar do consórcio chegou pela manhã, aceitei sem consultar ninguém. Ao entardecer, deixei um estojo sobre a cama de Amara: um vestido escuro que moldava a silhueta como se tivesse nascido nela e um colar de diamantes.
— Vista-se — pedi na porta, controlado.
— Para ser vitrine? — ela devolveu.
— Para que entendam com quem não devem brincar.
Descemos pouco depois. No carro, o motorista tinha ordens de ignorar flashes. Eu observei a cidade correndo como um rio de faróis. Amara olhava pela janela, distante. O colar deitava no colo como promessa cara.
— Está desconfortável — observei.
— Estou atenta — respondeu. — Isso costuma salvar pessoas.
— Eu cuido disso.
— Você cuida de tudo — disse, com doçura ferina.
Chegamos ao clube privado. Lustres antigos, odor de madeira encerada, garçons discretos. Homens e mulheres que decidem mercados nos aguardavam. O anfitrião veio